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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Trairí: Saiba, porque pequenos agricultores e produtores de suinos estão acreditando nesta atividade

A partir do curso promovido pela COOPERCACHO em parceria com a Escola Agricola de Jundiaí-EAJ e a prefeitura de Jaçanã, foi que os pequenos criadores de suinos começaram se organizar e a melhorar seu rebanho introduzindo reprodutores de auto padrão genético. E a raça que está sendo introduzida é a linha MS 115 produzida pela EMBRAPA. Com isso já surgiu a SUINOS CAJUANÃ, desenvolvendo um trabalho em parceria com a Cooperativa e a empresa SUINGE.


Do porco "banha" ao suíno light – essa é a trajetória que a pesquisa da Embrapa ajudou a construir na cadeia suinícola do Brasil em busca de maior rentabilidade aos produtores. Desde o lançamento do primeiro suíno light, o MS58, há 18 anos, até a recente  apresentação da fêmea suína Embrapa MO25C, a aposta é em uma carne diferenciada, com baixo teor de gordura, e com valor agregado para que produtores possam atuar de maneira competitiva no mercado. São quatro produtos comerciais na área de genética e várias recomendações em nutrição animal para melhorar o rendimento e a qualidade de carne, como a adição de óleos na ração para obtenção de uma carne enriquecida com ômega 3.
A partir da entrada  no mercado, o reprodutor desenvolvido pela Embrapa permitiu o acesso ao melhoramento genético principalmente para produtores independentes, que não fazem parte da integração das grandes agroindústrias. Essa fatia de mercado, de acordo com o pesquisador Elsio Figueiredo, que conduz o trabalho de melhoramento genético, é reflexo da vantagem que o animal representa. "Ele está no nível dos melhores reprodutores híbridos comerciais vendidos no Brasil e é ofertado com um preço acessível a todos os tipos de produtores", comenta.






Com a recente inclusão da fêmea suína Embrapa MO25C, a pesquisa de genética de suínos evoluiu para atender também nichos especializados. "A produção de material genético suíno no Brasil está concentrada em grandes empresas do setor, dificultando o acesso de pequenos produtores à genética de qualidade a preços acessíveis. Por isso, a Embrapa decidiu implementar esse projeto de desenvolver uma linha fêmea que pudesse ser utilizada com a linha macho que está no mercado, para produzir carne com qualidade diferenciada",  argumenta  Figueiredo.

A presença da genética da Embrapa, com o suíno MS115, terceira geração do suíno light, no mercado nacional de machos híbridos encerrou o ano de 2013 com um índice de 7,5%. Em 2012, a presença era de 7%.
Produtores de todos os estados e regiões do Brasil estão satisfeitos com o suíno light da Embrapa, especialmente porque os animais de abate gerados a partir dos reprodutores MS115 consomem menos ração para atingir o peso, têm potencial genético para carne na carcaça acima de 62%, reduzida espessura de toucinho e excelente concentração de carne no lombo, pernil e paleta.




O produtor Mauro Morais, de Guanambi, região centro-sul da Bahia, conheceu o suíno light da Embrapa através da indicação de amigos, há oito anos, e garante que o resultado é muito bom. "A carne do MS é muito boa e muito bem aceita pela população aqui da região de Vitória da Conquista", comenta.

Outro produtor que trabalha com a linhagem da Embrapa, desde o lançamento do MS115 em 2008, é José Rossetto, da Suinocultura Rossetto, de Cerqueira César, região sudoeste de São Paulo. "Considero as principais características do suíno da Embrapa, e que o diferenciam da concorrência, a rusticidade, a boa conformação de carcaça e o ganho de peso". Para os consumidores, destaca a carne com pouca gordura,  e por causa disso, a  boa aceitação  no mercado.

Edinilson Bazzi, da TopGen, de Jaguariaíva, no centro oriental do Paraná, está no mercado com o MS115 há alguns anos, trabalhando com pequenos produtores da região centro-sul, que avaliam muito bem o desempenho e a carne do suíno da Embrapa. "O MS115 é um animal que tem bom desempenho e boa conversão alimentar, o que faz muita diferença no ganho de peso e melhora a carcaça", diz. Sobre a carne, também é só elogios. "A qualidade da carne é ótima, é uma carne magra,  justamente o que o mercado exige atualmente".

A trajetória da pesquisa

A exigência da sociedade em consumir alimentos mais saudáveis levou o mercado a valorizar a produção de animais com mais quantidade e qualidade de carne na carcaça. Isso afetou produtores e mudou a relação financeira com as agroindústrias, especialmente quando elas, com o apoio do Ministério da Agricultura e Abastecimento, nos anos 1980, implantaram um sistema de tipificação da carcaça.

De acordo com o ex-pesquisador da Embrapa, Jerônimo Fávero, que conduzia as pesquisas na área, esse sistema foi motivador e orientador para a produção de carcaças com mais qualidade. "Os produtores tinham que comercializar com mais qualidade e não mais pela classificação ‘carne', ‘misto' ou ‘banha'. Então, começou a busca por melhores índices de carne na carcaça. E, uma das maneiras de conseguir isso de maneira progressiva, duradoura e cumulativa era por meio do melhoramento genético", lembra Fávero.

Assim, iniciou o projeto de pesquisa em melhoramento genético de suínos da Embrapa, que resultou, em 1996, no lançamento do primeiro suíno light, o Macho Sintético Embrapa - MS58, em parceria com a Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral).

O desenvolvimento dessa linha sintética de reprodutores terminais utilizou o cruzamento de três raças, todas com características de carne mais magra na carcaça, o que proporciona melhor conformação e rendimento dos cortes nobres, muito valorizados pela indústria e consumidor. Além disso, a denominação do animal está relacionada ao rendimento da carne na carcaça, superior a 58%. "Esse índice era o mínimo que ele produzia", destaca o ex-pesquisador. Segundo  registros, o MS 58 foi comercializado em 14 estados brasileiros, o que contribuiu, no ano de 1999, com a produção de 1.178.452 suínos de abate, representando 6,1% do abate de suínos inspecionados.

Em 2000, a Embrapa lançou no  mercado a segunda geração do suíno light, o MS60, que também apresentou melhorias genéticas e teve como principal característica ser livre do gene halotano, responsável pelo stress dos suínos terminados. "Ele veio com mais quantidade e qualidade de carne representando um animal produtivo, que trazia mais renda e com preço acessível", destaca Jerônimo Fávero.

EMBRAPA






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