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domingo, 19 de outubro de 2014

JAÇANÃ: CASA DO CORDEL DO POETA DO POVÃO, É DESTAQUE EM JORNAL DO RN.



A história que hoje escrevo certamente vai lhe agradar. É sobre uma casa distante, de um senhor que gosta de rimar. Cansado de ver sua casa vazia, ele resolveu transformá-la em alegria. Mas como não sou poeta e sim jornalista, passo agora a palavra para Flávio Dantas, o verdadeiro cordelista, para que ele tudo possa lhe contar.   Foi assim, tentando rimar, que o professor de geografia Flávio Dantas, 51, começou a escrever poesias ainda na infância, embora tenha deixado toda a sua produção guardada por mais de três décadas. Somente em 2002, leu seu primeiro poema em público, mesma época que se apaixonou pelo cordel.   Aliás, o relacionamento é tão sério com a arte tipicamente nordestina, que
há cerca de dois anos Flávio transformou parte de sua residência na “Casa do Cordel”, espécie de ponto turístico cultural da cidade de Jaçanã, distante 147 km de Natal. No local, ele reúne toda a sua coleção com 571 cordéis, além de reservar um agradável espaço para trovas e duelos de cantadores populares.   Como ele não possui condições financeiras de montar uma equipe técnica para cuidar da Casa do Cordel e deixá-la aberta à visitação diariamente em horário comercial, o poeta avisa que para conhecer a casa basta lhe telefonar. “Olhe não tem problema de colocar meu número na matéria não, porque eu mesmo divulgo nos meus próprios cordéis. É assim que as pessoas me encontram”, assegura, citando 8841–9854.   Já integrada à vida cultural do pequeno município, a Casa do Cordel funciona como ponto de apoio para atividades culturais da prefeitura ou para qualquer pessoa que deseje firmar parceria. “Eu costumo fazer encontros de cantadores de viola, mas a final do concurso de poesia da prefeitura no ano passado, por exemplo, foi lá”, lembra.   Flávio até já chegou a ministrar uma oficina de cordel na casa, mas por enquanto o local não pretende abrir novas turmas. A participação estudantil mais efetiva é dos próprios alunos das duas escolas nas quais o professor trabalha: uma como diretor, em Jaçanã, e outra como professor de geografia, em Nova Floresta, no município vizinho.

POR HENRIQUE ARRUDA
DO NOVO JORNAL  Com Edigar Abencoado

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