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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Colunistas avaliam desempenho de Marina Silva na sabatina do GLOBO

 Candidata do PSB à presidência foi a terceira a participar da série de entrevistas

Ancelmo Góis faz uma pergunta para a candidata Marina Silva durante a sabatina do GLOBO
Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo Os colunistas do GLOBO avaliaram o desempenho da candidata do PSB à presidência, Marina Silva, na sabatina promovida pelo jornal nesta quinta-feira. Para Merval Pereira, a ex-senadora tem uma vantagem sobre os demais candidatos:
- É o fato de que ela vibra mais com suas propostas, e isso pode fazer a diferença. Ela mostra uma vontade de realizar coisas novas que eu acho que é o anseio de grande parte da população. A questão é se ela vai convencer as pessoas de que é viável fazer política de uma maneira diferente.
Já Ancelmo Góis avaliou que Marina se saiu bem, mesmo quando perguntada sobre temas desconfortáveis:
- Acho que nas questões polêmicas, sobretudo no envolvimento de temas religiosos, ela se saiu muito bem. Minha dúvida é sobre a governança política. Nisso, ela precisa esclarecer melhor a ideia de que se governa com pessoas e não com partidos, pois por mais bonito que seja, está mais perto da utopia, e essa ideia não é provável.

Para a colunista Míriam Leitão, Marina Silva não explicou em detalhes como resolverá os problemas da economia do país. Embora a candidata faça o diagnóstico correto da crise, segundo a colunista, não há clareza sobre a solução.
- Tanto na sabatina do Aécio quanto na de hoje, continuo com a mesma preocupação. A crise é muito grave, e as respostas de todos os dois candidatos são boas, mas elas não têm o detalhamento que eu gostaria. Talvez porque eu sou da área de economia, eu queria saber como é que vai ser feito. Todos os dois candidatos estão dizendo: tem que reduzir a inflação, o país tem que retomar o crescimento - lembrou Míriam, que disse ainda que Marina apresentou muitas propostas durante a sabatina:
- Ela mostrou hoje um empenho muito grande em fazer mudanças em várias áreas, como energia e meio ambiente. Vamos ver se, caso seja eleita, ela conseguirá realizar essas mudanças. O que eu gostaria de ressaltar é que tanto ontem (com Aécio) como hoje (com Marina), os dois candidatos disseram que vão propor o fim da reeleição. Então, isso é muito bom.
A colunista Flávia Oliveira, que destacou o fato de Marina propor uma nova política, também sentiu falta de algumas explicações da candidata do PSB, principalmente em relação à economia:
- Como em outras entrevistas, a candidata prioriza um discurso de mudança, de reforma política, de nova política. Já até autodominou seu próprio movimento. Acho que ela vem de muitos sonhos e não fala profundamente sobre medidas duras que serão tomadas. Na economia me causou estranheza o programa de governo ter várias medidas muito conservadoras, ortodoxas na linguagem que ela sempre usou, e não se compromete com essas medidas. Fala-se em perseguir o centro de meta de inflação, que é de 4,5%. Quem conhece minimamente de economia sabe que isso se dá com a elevação de juros.
Para Flávia, o candidato do PSDB foi mais honesto quando assumiu seu compromisso com uma postura econômica mais dura:
- Ela fala em criar um superávit primário, o que é gastar menos ou investir menos. Há um conjunto de medidas muito conservadoras no programa de governo com as quais ela não se compromete. Ela acha que vai ser possível baixar a inflação, aumentar gastos e aumentar a eficiência do estado, sem as medidas duras. Neste sentido o candidato Aécio Neves, da sabatina de ontem, foi mais honesto dizendo que em 2015 vai ser um ano duro de ajustes pela política econômica que ele resolveu seguir e que está comprometido.
Para o colunista Jorge Luiz Rodrigues, Marina falou bem, mas pecou no quesito esporte.
- A marina fala com o coração. Ela tem postura firme, fala com convicção, melhor que no passado. Mas eu lamento a parte em que falou sobre o esporte. No ano passado tivemos 56 mil assassinatos no Brasil. O esporte tem um papel relevante na construção de uma vida melhor, como oportunidade social para famílias carentes. Falta isso ao programa de governo dela. Acho que o esporte ainda é tratado com certo desdém, um certo "nojo" pela política pensante do Brasil. Fundir o Ministério do Esporte com outra parte, neste momento em que pode ser um alavancador de projetos sociais para os Jogos Olímpicos, seria um retrocesso sem igual. Seria voltar no tempo uns 30 anos em política esportiva no país - disse.
Para Ricardo Noblat, Marina é uma pessoa em êxtase com ela mesma:
- Ela claramente está satisfeita com o papel que está desempenhando. Ela se sente bem nesse papel. A candidata transpira muita credibilidade nesse papel que está desempenhando na sucessão. Quando ela diz que só quer ganhar ganhando e não ganhar perdendo, ou seja, ela não está aqui para virar presidente a qualquer preço, isso passa muita credibilidade. Ela pode ter uma série de equívocos, como todos os políticos têm, mas ela parece uma pessoa muito bem intencionada. Acho que de alguma maneira ela respondeu tudo diretamente.
Ilimar Franco, da coluna Panorama Político, concorda. Para ele, Marina Silva respondeu a tudo o que foi perguntado:
- A candidata Marina Silva representa uma corrente política relevante no mundo hoje, que é a questão da precaução ambiental. Ela expôs as suas ideias. Ela é a novidade e representa, de certa forma, essa população insatisfeita tal como ela é hoje. De uma certa forma, ela é um proselitismo do que as pessoas chamam de antipolítica, renegando os partidos tradicionais e a política como é praticada hoje. Com isso ela tem o apoio dos eleitores que estamos verificando nas pesquisas. Ela respondeu tudo o que perguntaram a ela.
Arnaldo Bloch, colunista do Segundo Caderno aos sábados, afirmou que a presidenciável está segura:
- Ela é mais do que segura, o estado de espírito é contagiante. No horário político não se tem ideia do quanto ela é preparada. Dos candidatos, ela é a que está mais permeada com um sentimento de renovação. A questão é saber o quanto esses ensejos são possíveis de serem praticados no dia a dia.
Artur Xexéo, colunista do Segundo Caderno às quartas-feiras e da Revista O GLOBO aos domingos, também falou sobre a segurança da candidata:
- Ela tem um discurso bom, fala bem, é segura. Não acho que fugiu das perguntas. Acho que as que ela foge é porque ainda não se decidiu.

Globo Politica

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